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Título da NotíciaGoverno Bolsonaro demitiu suspeito de apagar dados de espionagem, argumenta ex-chefe da Abin

Publicada em 26/10/2023 às 22:48h - 61 visualizações

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Por Andréia SadiIsabela Camargo, GloboNews

 

Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin — Foto: Reprodução

Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin — Foto: Reprodução

O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL) demitiu Paulo Fortunato do cargo de secretário de planejamento e gestão da Agência, em 23 de outubro. Essa é a principal linha de argumentação de Ramagem para negar qualquer tipo envolvimento no caso de espionagem investigado pela Polícia Federal na última sexta-feira (20).

A PF cumpriu mandados na semana passada para apurar supostas irregularidades na conduta de servidores da Abin. Segundo a investigação, eles usaram sistemas de GPS para rastrear celulares de ministros do STF, políticos, jornalistas e advogados sem autorização judicial.

A Polícia afirmou a que o sistema foi utilizado ilegalmente quando a Abin era presidida por Ramagem, atual deputado federal do Rio de Janeiro. Até o momento, ele não é alvo da PF neste caso.

E, para não deixar vestígios, os suspeitos teriam apagado dos computadores a grande maioria dos acessos. Ao todo, cerca de 30 mil acessos foram deletados - e a área responsável pelos arquivos era de Fortunato.

Ao blog, Ramagem confirmou que, com a exoneração de Fortunato na época, enviou para a corregedoria do órgão a apuração do contrato do sistema FirstMile, software espião usado pela Abin.

 

“Eu demiti e mandei todos os documentos para a corregedoria”, afirmou. Porém, ele ressalta que não tem como provar exatamente quem foi o responsável por ter apagado os acessos do sistema.

 

Nessa investigação da PF sobre o caso de espionagem, a Polícia Federal encontrou US$ 171 mil (cerca de R$ 1 milhão) na casa de Fortunato.

 

Novamente com cargo no governo Lula

 

Essa não é a primeira vez que Paulo Fortunato assumiu um cargo na Abin durante o governo Lula. Em 2008, ele assumiu o cargo de diretor do Departamento de Contra-Inteligência da Abin.

Porém, à época, ele esteve envolvido na CPI dos Grampos. Fortunato chegou a depor após denúncias serem feitas contra funcionários da Abin, de que teriam realizado escutas ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Vale destacar que dentro da Abin, o papel da diretoria de contra-inteligência é proteger assuntos sigilosos considerados relevantes para o Estado.

Em dezembro do mesmo ano, Fortunato foi exonerado do cargo.

 

Descartam demissão do Corrêa

 

O ex-diretor-geral da Abin conversou na quarta-feira (25) com Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin e quem reconduziu Fortunato ao cargo de número 3 do órgão, sobre a investigação e as supostas pessoas envolvidas no caso de espionagem.

Na segunda-feira, houve uma sabatina onde senadores chegaram a questionar Correa do porquê ele estava mantendo Fortunato no cargo, apesar de ele ser apontado por servidores como suspeito no caso.

Nos bastidores, integrantes do Planalto descartam a demissão de Corrêa, pois atribuem a uma guerra entre PF e Abin.

No entanto, concordam que há um desgaste na atual gestão, já que Corrêa indicou os nomes dos servidores que estão na mira da PF.




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