A polícia cercou nesta quinta-feira (26) a casa de um parente do homem que abriu fogo indiscriminadamente contra pessoa em uma casa de boliche e, depois, um bar no estado do Maine, nos Estados Unidos, na quarta-feira.
O suspeito é um reservista do exército de 40 anos. Os crimes foram cometidos na cidade de Lewinston, e a casa fica em um município vizinho, Bowdoin.
De acordo com relatos da mídia dos EUA, um helicóptero foi enviado ao local, e, com um megafone, os policiais disseram "você precisa sair sem nada nas mãos e com as mãos no ar".
Em uma rede social, a polícia do estado do Maine afirmou que não sabe se o suspeito está no local e que esse é o procedimento padrão para executar qualquer mandado de buscas nesses casos.
Shannon Moss, uma porta-voz da polícia, deu a entender que há outras casas onde há buscas.
Os departamentos de polícia das cidades de Lewiston, Boston e Nova York participaram das buscas. Agentes do FBI também auxiliaram nas operações, segundo a polícia.
Durante a busca, estabelecimentos comerciais e empresas foram orientados a fechar as portas, e as aulas na rede pública da cidade foram suspensas.
Polícia divulgou foto de possível carro envolvido no ataque nos Estados Unidos — Foto: Departamento de Polícia de Lewiston
A cronologia do caso
O coronel William Ross, da polícia do estado do Maine, afirmou que a polícia foi contatada pelo número de emergência às 18h56 do horário local (19h56 no horário de Brasília) com relatos de disparos em uma pista de boliche.
Doze minutos depois, uma nova ligação foi recebida, essa com informações sobre disparos no bar, do outro lado da cidade (veja no mapa abaixo).
Segundo o oficial, sete pessoas morreram no boliche, oito no bar e outras três nos hospitais da região.
Tiroteio em massa
O massacre é o mais mortal de 2023, nos EUA, segundo levantamento do instituto Gun Violence Archive. O ataque mais violento da história recente do país aconteceu em Las Vegas, em 2017, quando 58 pessoas foram assassinadas e 441 ficaram feridas.
Desde o início deste ano, 565 tiroteios em massa foram registrados no país, provocando a morte de 595 pessoas. No mesmo período do ano passado, foram 559 ocorrências que resultaram em 545 mortes.
O presidente dos EUA, Joe Biden, publicou um pronunciamento oficial em que lamenta a morte das pessoas em Maine e afirma que oferecerá tudo que for necessário para apoiar o povo do estado.
No texto, Biden ainda apela aos republicanos no Congresso para que apoiem um projeto de lei que proíba rifles e cartuchos de altas capacidades, o que, segundo ele, levaria ao armazenamento seguro dessas armas.
"Isto é o mínimo que devemos a todos os americanos que agora suportarão as cicatrizes – físicas e mentais – deste último ataque", diz Biden.
Maine não exige autorização para porte de armas
Com cerca de 38 mil habitantes, Lewiston, no estado do Maine, faz parte do condado de Androscoggin e fica a cerca de 56 km ao norte da maior cidade do estado, Portland.
O Maine tem baixos índices de criminalidade: durante todo o ano de 2022, foram registrados 29 homicídios ao todo.
O estado não exige autorização para porte de armas, e tem uma cultura a de posse de armas que está ligada às suas tradições de caça e tiro esportivo.
"Nosso pequeno estado de apenas 1,3 milhão de pessoas é conhecido há muito tempo como um dos mais seguros do país. Este ataque atinge quem somos e os valores que prezamos para esse lugar que chamamos de lar", disse Janet Mills.
Locais onde houve ataques nos EUA — Foto: Juan Silva/g1