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Título da NotíciaEconomista vencedor do Nobel diz que Brasil sobreviveu a uma 'pena de morte' ao se referir aos juros

Publicada em 20/03/2023 às 17:36h - 50 visualizações

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Por Carlos de Lannoy, TV Globo e g1 Rio

 


O americano Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001 — Foto: Reprodução/TV Globo

O americano Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001 — Foto: Reprodução/TV Globo

Prêmio Nobel de Economia em 2001, o americano Joseph Stiglitz disse, nesta segunda-feira (20), que o Brasil vem sobrevivendo a uma “pena de morte” ao se referir à alta taxa de juros no país, que classificou como “chocante”.

 

"O problema que todo mundo fala aqui no Brasil, já ouvimos várias vezes, é a taxa de juros. A taxa de juros reais [entenda abaixo] de vocês é realmente chocante. Os números que vocês estão falando a respeito (...) são um tipo de taxa de juros capaz de matar qualquer economia. Na verdade, eu acho notável que o Brasil tenha sobrevivido ao que normalmente seria uma pena de morte.”

 

A taxa de juros hoje está em 13,75% e a de juros reais atingiu 8,52% ao ano. A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.

Para Stigiltz, o Brasil sobreviveu porque conta com bancos estatais de desenvolvimento, como o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social. A declaração foi feita na sede do BNDES, no Centro do Rio, onde ele participou do seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21”.

A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75% desde agosto, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) decidiu mantê-la na última reunião, em fevereiro — a partir de então, o presidente Lula vem constantemente criticando o BC pela ata. O colegiado se reúne novamente a partir desta terça-feira (21), quando discutirá se altera ou não a taxa.

 

‘Não justifica’, diz Alckmin sobre taxa de juros

 

Geraldo Alckmin no BNDES — Foto: Reprodução/TV Globo

Geraldo Alckmin no BNDES — Foto: Reprodução/TV Globo

Também presente no evento, Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, também criticou a atual taxa de juros no país.

“Não há nada que justifique 8% de juro real acima da inflação quando não há demanda explodindo e de outro lado quando o mundo inteiro está praticamente com juro negativo”, declarou.

Apesar de criticar o patamar atual da taxa de juros, Alckmin afirmou que a inflação — que o Banco Central busca controlar por meio da taxa Selic — não pode voltar. “Não pode voltar inflação. A inflação não é socialmente neutra: ela tira do mais pobre e põe para o mais rico”, afirmou Alckmin.

O Brasil é o país com a maior taxa de juros reais (descontada a inflação) do mundo, segundo levantamento feito pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management em fevereiro. O país se mantém na liderança deste ranking desde maio do ano passado.

Alckmin elogiou a ancoragem fiscal, que deverá ser divulgada nos próximos dias, que contempla a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos. “Temos inúmeros desafios, entre eles imposto e o custo do dinheiro, os juros altos. Mas o governo Lula está muito empenhado em fazer a reforma tributária. Vai simplificar cinco tributos em um único imposto, o IVA, que vai reduzir o custo Brasil”, explicou o vice-presidente.

O vice-presidente disse também estar muito otimista com o avanço da reforma tributária. “Simplifica tributos e tira a cumulatividade. Vai estimular a exportação e também reduzir o custo Brasil”, explicou.

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante recebeu também José Pio Borges, presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), e Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Mercadante também criticou os juros altos, o que, segundo ele, deixa o cenário pouco competitivo para investimentos em energia limpa.

“Nós estamos aguardando um novo arcabouço fiscal. O ministro [Fernando] Haddad pode esperar de mim e do banco total lealdade e parceria, ao contrário das especulações que são publicadas”, disse Mercadante.

“Nós não estamos aqui para outra razão, não temos expectativa de substituir ninguém, muito menos de competir; agora, não nos peçam para deixar de dizer o que nós pensamos e ajudar o governo a acertar, a encontrar o melhor caminho, a buscar as melhores práticas. É para isso que nós estamos aqui”, prosseguiu.

“Esse banco esteve historicamente e vai voltar. Aquele banco acanhado acabou. Ele vai debater, vai investir e vai impulsionar o crescimento do país”, emendou.




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