Deivid Soares estava desaparecido há dois dias e foi localizado por um amigo, que também é pescador. Na comunidade pesqueira da cidade, Deivid é conhecido como "Leandro".

Ele contou que, na noite de domingo, trabalhava sozinho na praia de Atafona quando caiu da embarcação e não conseguiu voltar.

"Pra mim, os primeiros 10 minutos foram os mais difíceis porque eu queria a todo custo chegar à embarcação. Mas é um peso d'água descomunal mesmo, não tinha como nadar contra", disse o pescador.

Pouco tempo depois, os familiares e amigos começaram a sentir falta dele. Eles acionaram a Marinha e saíram à procura de Leandro. O pai dele, João Batista Soares, disse que começou a pensar no pior.

Os pescadores que buscavam por Leandro contam que ficaram aliviados quando encontraram a embarcação dele em alto-mar. No entanto, quando se aproximaram, não tinha ninguém.

Enquanto isso, Leandro nadava para tentar sobreviver. Ele disse que encontrou uma boia de sinalização a 8 quilômetros de distância de onde o barco dele estava. Por conta da dificuldade em nadar com a roupa molhada, ele optou por abandonar a camisa e a calça no mar e seguir à deriva.

"Tinha ondulação, vento... Resolvi deixar as águas me levarem pra gastar menos força e 'andar' mais rápido. E eu levei umas quatro horas nadando pra chegar no Porto do Açu, no balizamento", contou ao g1.

Quando o segundo dia amanheceu, ele pôde sentir um alívio. Os pescadores que o procuravam conseguiram encontrá-lo pendurado na boia de sinalização do Porto do Açu.

Um dia após o resgate, ele voltou a trabalhar, mas garante que já pode dizer que é outra pessoa.

"Com certeza eu tive a segunda oportunidade pra encarar a vida com outros olhos e ser um homem melhor", diz Leandro.

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