A terceira onda de calor do ano vai afetar áreas do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul até a próxima sexta (15).
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesses estados as temperaturas máximas devem ficar 5°C acima da média. Em alguns locais, as temperaturas podem chegar até a 40°C.
Por causa disso, o instituto emitiu inclusive um "alerta de perigo", válido até o final da onda de calor. O aviso de temperaturas acima da média começou a valer na segunda-feira (11).
Previsão de onda de calor, de segunda (11) até a próxima sexta-feira (15), em áreas do MS, SP, PR, SC e RS. — Foto: Inmet/Reprodução
ENTENDA OS AVISOS DO INMET:
? O termo "onda de calor" é usado quando há um aumento de temperatura de 5ºC com relação à média mensal.
- ? Quando há a persistência desse padrão de 2 a 3 dias consecutivos, o Inmet emite um alerta de "perigo potencial", o chamado aviso amarelo.
- ? Já quando há a persistência desse padrão de 3 a 5 dias consecutivos, o instituto emite um alerta de "perigo", o chamado aviso laranja, como o que atinge grande parte da região Centro-Sul ao longo desta semana.
- ? Por último, quando há a persistência desse padrão por mais de 5 dias consecutivos, o Inmet emite um alerta de "grande perigo", o chamado aviso vermelho. Em novembro, um alerta do tipo foi emitido pelo Inmet.
??Por causa dessas altas temperaturas, na tarde de segunda-feira, Campo Grande (MS), já registrou a temperatura mais alta do ano até então: 35,8°C.
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Segundo Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, a atual onda de calor é resultado de um bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias pelo país, permitindo que o ar quente no centro do Brasil ganhe força, aumentando o calor.
O sistema também dificulta a formação de nuvens carregadas e mantém o ar seco e em gradual aquecimento.
"Nessa época do ano é comum ter algumas ondas de calor, porém elas costumam ser mais restritas ao Sul", diz.
Por isso, essa atipicidade local desta nova onda de calor tem uma explicação clara: o fenômeno El Niño.
Isso porque os últimos dados da Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA) indicam que a temperatura do Pacífico Equatorial Centro-Leste permanece em níveis moderados de El Niño.
E apesar de ter passado do seu pico no final do ano passado e estar terminando em algumas semanas, o El Niño ainda está influenciando o clima no Brasil.
"A tendência é que, mais ou menos em meados de abril, ele realmente desconfigure e passa para a neutralidade, porém alguns efeitos dele, mesmo na neutralidade, no comecinho da neutralidade, ainda podem ser sentidos", alerta Luengo.
Ainda de acordo com a Climatempo, a previsão indica que essa massa de ar quente deve se expandir para o Triângulo Mineiro, todo o estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Rondônia, Roraima e uma parte dos estados do Acre, Amazonas, Pará, Tocantins e Bahia.
Diferente de onda de calor (que tem termos técnicos que a caracterizam) essas regiões devem ter calor intenso até sexta-feira (15), com temperaturas cerca de 3 a 5ºC acima da média.
No mapa abaixo, é possível ver na prática os efeitos desse fenômeno.
? Nos estados que estão indicados pela faixa alaranjada, é esperado que as temperaturas fiquem cerca de 3ºC a 5ºC acima da média histórica nos próximos dias (o que NÃO é considerado onda de calor).
?Já naqueles outros indicados pelos tons avermelhados, os termômetros devem ficar acima de 5ºC ou mais da média (considerado onda de calor).
Mapa mostra regiões onde altas temperaturas devem ser registradas na semana que vem. — Foto: Inmet