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Título da NotíciaAtaque a agentes da PRF e Funai no PA: 'Foram três emboscadas seguidas' e tiroteio dentro da Terra Indígena Apyterewa, diz PF

Publicada em 05/12/2023 às 15:37h - 46 visualizações

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Por Taymã Carneiro, João Pedro Bittencourt, g1 Pará e TV Liberal — Belém

 

 
 
 
 
 
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Viatura da PRF com marcas de tiros. — Foto: Divulgação

Viatura da PRF com marcas de tiros. — Foto: Divulgação

 

O superintendente regional da Polícia Federal no Pará, José Roberto Peres, deu detalhes sobre a emboscada contra agentes federais da operação de retirada de invasores da Terra Indígena Apyterewa. A equipe precisou ficar escondida na área de mata. Duas viaturas da PRF foram atingidas com diversos tiros. Um inquérito foi aberto para investigar o caso.

A equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhava a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) quando sofreu três emboscadas consecutivas, que deixaram um servidor do órgão indigenista baleado.

 

"Eles foram surpreendidos por três emboscadas seguidas, em pontos e momentos diferentes, que deixaram as viaturas com várias marcas de tiros e, infelizmente, um dos servidores foi baleado sendo conduzido ao hospital".

 

 

Os agentes retornavam de uma atividade entre 19h e 20h pelo no ramal Vitória, quando foram surpreendidos por disparos de arma de fogo em três pontos diferentes.

O servidor da Funai foi atingido no tornozelo e precisou ser encaminhado para avaliação médica em hospital.

Segundo o superintendente Peres, a suspeita é que os ataques criminosos tenham sido promovidos por "grandes exploradores da TI, incluindo garimpeiros, madeireiros e criadores de gado". "No começo da desintrusão na TI, estima-se que havia 60 mil cabeças de gado em pastos ilegais dentro da área de preservação".

 

Violência recorrente

 

Em nota, o Governo Federal disse que o ataque "não foi um caso isolado, já que as equipes de segurança têm enfrentado emboscadas e sabotagens recorrentes por parte dos invasores".

Segundo o governo, em novembro, uma equipe da Funai e Ministério do Trabalho já tinham sido vítimas de disparos, sem feridos.

"Na noite do dia 31 de Outubro, véspera do prazo final para desocupação voluntária, a placa recém-instalada que identificava a TI Apyterewa foi alvejada por tiros e posteriormente removida em uma clara tentativa de intimidação do processo de desintrusão", afirma.

O Governo também informou que "invasores têm empregado técnicas de sabotagem, incluindo destruição de mais de vinte pontes no interior e proximidade das Terras Indígenas, derrubada de árvores nas estradas e utilização de pregos para danificar viaturas, intensificando o risco de acidentes".

 

 

LEIA TAMBÉM:

 

 

Ministra fala sobre operação

 

Em Dubai, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, falou em entrevista à TV Liberal, filiada da Globo no Pará, sobre a operação de desintrusão na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, sul do estado.

 

“Nossa equipe segue lá. O que estamos fazendo é combatendo uma atividade ilegal, precisamos retirar os invasores ilegais, porque os territórios indígenas são usufruto exclusivo dos indígenas conforme a constituição federal”, disse a ministra - assista abaixo:

 

Ministra dos Povos Indígenas fala após ataque a servidor da Funai no Pará
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ministra dos Povos Indígenas fala após ataque a servidor da Funai no Pará

 

 

“Estamos aqui [na COP], na Apterewa, Yanomami, acompanhando as operações para desintrusar todos os invasores, seja de garimpo ilegal, de madeira, grilagem de terra, acompanhando também a votação no Congresso, do Marco Temporal, e articulando com os parlamentares para que mantenham os vetos do presidente Lula”, complementou Sonia Guajajara.

 

 

Impasses

 

A operação federal, além de causar reações de pessoas ligadas à exploração ilegal da TI, também passou por decisões contraditórias no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última semana, a operação de desintrusão chegou a ser suspensa e logo em seguida retomada. No dia 28 de novembro, o ministro Nunes Marques, do STF, suspendeu a operação de retirada de invasores na TI Apyterewa, atendendo ao pedido feito pela Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Projeto Paredão (APARPP) e pela Associação dos Agricultores do Vale do Cedro.

Na decisão, o ministro determinou "a imediata paralisação de todos os atos dele decorrentes, especialmente as providências coercitivas de reintegração adotadas por forças policiais, assegurando aos colonos, assim, o livre trânsito, na área objeto de impugnação, com seus pertences e semoventes".

Esta determinação ocorreu às vésperas de uma audiência com senadores em São Félix do Xingu, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga liberação de recursos para organizações não governamentais.

 

No dia seguinte, o Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a operação de retirada de invasores das Terras Indígenas (TIs) Trincheira Bacajá e Apyterewa, no Pará.

 

TI teve maior desmatamento do país

 

A TI Apyterewa teve o maior desmatamento do país por 4 anos consecutivos e perdeu área maior do que Fortaleza. Imagens de satélite mostram a devastação entre 2020 e 2022 e foram expostas em estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

A área de preservação indígena foi homologada por decreto em 2007, reservando 773 mil hectares ao povo Parakanã. O território fica dentro do município de São Félix do Xingu, no sudeste do Pará.

 

Histórico

 

O governo informou que a "presença de estranhos no território indígena ameaça a integridade dos indígenas e causa outros danos como a destruição das florestas". A TI Apyterewa está no topo da lista de desmatamento entre as áreas reservada a indígenas no Brasil.

As apurações de órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) apontam que algumas dessas famílias estão envolvidas em atividades ilegais, como criação de gado e garimpo, além de destruição da vegetação nativa.




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